Ritual do Casamento

Vários ritos do casamento romano foram legados ao mundo ocidental contemporâneo, como a existência de um anel de noivado, do véu de noiva, a união das mãos direitas dos nubentes ou ainda o ato de levar ao colo a noiva para dentro da habitação
A cerimônia de casamento, com noiva e culto religioso, nasceu na Roma antiga. Vêm de lá as primeiras notícias de mulheres vestirem-se especialmente para a ocasião. Prendiam flores brancas (símbolo de felicidade e longa vida) e ramos de espinheiro (afasta os maus espíritos) aos cabelos, além de se perfumarem com ervas aromáticas. Virou tradição. Desde então, o figurino da noiva ganhou novos símbolos, entre eles o véu, uma referência à deusa Vesta (da honestidade), que na mitologia greco-romana era a protetora do lar. Durante a Idade Média, as mulheres perderam terreno e escolher o noivo passou a ser uma questão de família. O casamento da época era decidido quando a menina tinha entre três e cinco anos. Neste período, o noivado tornou-se mais importante reunindo na igreja, além dos noivos, pais e convidados para troca de alianças em ofício religioso.

Escolha da data
Devido à sua importância na vida de homens e mulheres, o casamento deveria ser realizado em datas consideradas como favoráveis. O período tido como mais propício era a segunda metade do mês de Junho, porque relacionado com o solstício de Verão, momento de apogeu do mundo natural.

Era desaconselhado casar entre os dias 13 e 21 de Fevereiro (dias do festival Parentalia), entre 1 e 15 de Março, nos dias fixos de cada mês (Kalendae, Nonae e Idus) e nos dias em que se abria a tampa do "mundus" (uma vala no Circo Máximo que se acreditava comunicar com o mundo dos mortos), ou seja, nos dias 24 de Agosto, 5 de Outubro e 8 de Novembro. Casar no mês de Maio era totalmente desaconselhado, porque era o mês em que se celebravam os Lemuria, festa dos mortos; acreditava-se que aqueles que o fizessem morreriam em pouco tempo.
Embora não fosse proibido, não era conveniente casar nos dias das festas romanas, porque os convidados optariam por participar nesses eventos e não estariam presentes na cerimónia. As viúvas escolhiam muitas vezes casar nestes dias, uma vez que não chamariam tanto a atenção para a nova união.
Na véspera do dia de casamento, a noiva consagrava os seus brinquedos de infância aos Lares, assim como a sua bulla (um colar que lhe tinha sido colocado no seu oitavo dia de vida para protegê-la do mau-olhado). Abandonava o uso da toga praetexta, uma toga com uma borda púrpura, e colocava a tunica recta, a "túnica correta", que era branca e se estendia até aos pés. Na cintura colocava o cingulum, um cinto atado com um nó especial para a ocasião, o nodus herculeus , que só deveria ser desatado.
“Aliar (do latim “alligare”): unir, fazer ligação, harmonizar, combinar, agrupar, unir em casamento, ligar-se, confederar-se, casar-se.”

Aliança: ato ou efeito de aliar, casamento, anel de noivado ou de casamento

A tradição de usar anel como símbolo de casamento surgiu entre os antigos egípcios, que trocavam alianças de feno, couro e marfim para perpetuar o amor, pois viam no círculo o símbolo de eternidade.

A palavra aliança surgiu por volta do século XV, provavelmente na França.
Mary de Burgundy foi à primeira noiva da história a usar uma aliança como sinal de amor e união duradoura. A iniciativa de presenteá-la com um anel de diamantes foi de seu noivo, o Arquiduque Maximilan da Áustria, em 1477.
A forma circular do anel, sem começo nem fim, seria um prenúncio da continuidade do amor e devoção ao longo da vida do casal.
O costume de usar o anel no dedo anelar da mão esquerda parece ligado a uma crença antiga. Acreditava-se que nesse dedo existia uma veia que ia direto para o coração. O dedo anular esquerdo tornou-se, assim, o dedo da aliança de casamento em diversas culturas.
As alianças de casamento assumem um papel de grande importância nessa comemoração, pelo próprio significado do nome dado a essa jóia Conta-se que por volta de 1800 eram divididas ao meio e internamente tinham escritas frases como "Para sempre" e "Eu te amo", ou pedras incrustadas
OURO: O ouro fascina a humanidade desde a sua descoberta. De todos os metais, apenas ele reúne beleza, brilho, virtual indestrutibilidade e maleabilidade.

DIAMANTE: Da palavra grega "adamas" que significa força e eternidade do amor surgiu à denominação diamante.

Normalmente as alianças de casamento são confeccionadas em ouro, simbolizando a indestrutibilidade dessa união. Nas joalherias, tradicionalmente são produzidas alianças específicas para as bodas de prata e bodas de ouro.

Amêndoas: Os italianos acreditam que as amêndoas trazem felicidade aos noivos. São oferecidas cinco, envoltas num tule. Cada uma das amêndoas tem um significado. São eles: saúde, riqueza, vida longa, fecundidade e felicidade.
Arroz: Uma das mais antigas tradições de casamento, o costume de jogar arroz originou-se com os antigos hindus e chineses. Nessas culturas, o arroz era símbolo de frutificação e prosperidade. Acreditava-se que o lançamento de arroz nos noivos após a cerimônia era um oferecimento de fertilidade. Comer arroz e outros grãos garantia saúde, riqueza e felicidade ao jovem casal.
Beijo: O primeiro beijo trocado pelos noivos no encerramento da cerimônia teve diversos significados ao longo dos tempos. Muitas culturas acreditavam que o casal trocava espíritos na respiração e parte de suas almas também eram compartilhadas. O beijo nupcial que se pratica em alguns países teve a sua origem na época feudal. Significa uma homenagem que o noivo fazia à família da noiva.
Bem Casados: Os bem-casados denotam uma doce união.
Bolo: O bolo sempre desempenhou um papel muito importante nas festas de casamento. Antigos romanos partiam um bolo na cabeça da noiva para simbolizar fertilidade ou abundância. Muitas outras culturas jogavam trigo, farinha ou bolo na cabeça da noiva e depois comiam os restos para terem sorte. Os primeiros britânicos assavam cestos feitos com biscoitos, que os convidados levavam para casa, ao final da cerimônia. Os noivos tentavam se beijar sobre estes pedaços. O costume do “bolo da noiva” veio da França. Conta-se que um francês assistiu a um casamento inglês no qual o noivo e a noiva se beijavam por cima de uma mesa cheia de doces. Voltando ao seu país, achou mais interessante fazer, em vez de montes de doces, um só bolo modelado e confeitado.
Bouquet: Para os antigos gregos e romanos, o bouquet era formado por uma mistura de alho e ervas ou grãos. Esperava-se que o alho afastasse espíritos maus e as ervas ou grãos garantissem uma união frutífera. Na antiga Polônia, acreditava-se que, colocando açúcar no bouquet da noiva, seu temperamento se manteria “doce”.
A entrega do bouquet representa a despedida da noiva, que o atira para repartir com os convidados, num gesto generoso, a sua felicidade.
Flores: As flores de laranjeira são usadas porque os nossos antepassados as consideravam um talismã para assegurar tanto uma família numerosa como a felicidade nupcial.
Os antigos romanos tinham o costume de atirar flores no trajeto da noiva, acreditando que as pétalas fariam a noiva ter sorte e dar carinho ao marido.
Grinalda: A grinalda faz com que a noiva se pareça com uma rainha, diferenciando-a dos convidados. Quanto maior a grinalda, maior era o símbolo de status e riqueza.
Lua-de-mel: Tem origem no povo germânico, pois era costume se casar na lua nova. Na cerimônia, os noivos bebiam uma mistura de água com mel para proporcionar boa sorte. O costume também poderia ter nascido em Roma: os convidados pingavam gotas de mel na porta de entrada da casa dos noivos, para que estes tivessem uma “vida doce”.
A lua-de-mel é também uma sobrevivência do casamento com rapto, quando o marido mantinha a sua “esposa seqüestrada” escondida, para evitar que esta chamasse os parentes em seu auxílio. Lá eles permaneciam por uma fase da lua e bebiam uma espécie de vinho à base de mel para torná-los mais apaixonados.
Noiva do lado esquerdo do noivo: Durante a celebração do casamento, a noiva se posiciona no lado esquerdo do noivo. É uma tradição que remonta à Idade Média: se algum homem tentasse “roubar” a futura esposa do noivo, este a defenderia com a espada, usando o braço direito para o combate. Outros dizem que, quando a noiva fica no lado esquerdo, afasta o risco da infidelidade
Noivo não pode ver a noiva vestida para a cerimônia: É uma tradição milenar praticada por quase todos os povos. Em alguns países árabes, o casamento, especialmente dos muçulmanos, ainda hoje é celebrado entre o pretendente e o pai da noiva (esta aguarda em outra sala). Somente depois da celebração do casamento pelos homens é que a noiva se encontra com o futuro marido. A tradição também ensina que o homem não deve tocar em nenhum pertence da noiva, para não quebrar o encanto do matrimônio. Pode-se tocar apenas em objetos de vidro e ouro.
Vestido: A cor branca do vestido de noiva só foi popularizada no século XIX, no casamento da Rainha Vitória. Ela lançou a moda que permanece até os dias atuais. O branco acabou sendo o preferido, por simbolizar a castidade e a pureza. Na era medieval, o vermelho foi à cor nupcial preferida. Simbolizava "sangue novo" para a continuação da família e numa celebração acompanhada de muito ouro. Parecido aos dias de hoje em que a suntuosidade indica o poder da família. Mas foi uma rainha, de nome Vitória, que na Inglaterra inaugurou a primeira visual noiva, tal qual o de hoje. Apaixonada pelo primo, o príncipe Albert de Saxe-Cobourg-Gotha, ela tomou a iniciativa de pedi-lo em casamento (o protocolo de época dizia que ninguém poderia fazer tal pedido a uma rainha). Ele aceitou. Foi a primeira vez que se tiveram notícias de alguém casar por amor. Vitória foi mais ousada: acrescentou ao seu traje nupcial algo proibido para uma rainha da época - um véu (para provar sua identidade, em público, a soberana jamais se cobria). Nascia aí um costume que atravessaria o tempo e daria a Vitória o reconhecimento de trazer para a nossa época o amor, como sentimento básico para unir um homem e uma mulher. Com a chegada de uma nova classe social - a dos burgueses -, cria-se um código para sinalizar quando a mulher era virgem: casar de branco. Era a garantia ao futuro marido de sua descendência, já que a virgindade significava a legitimidade da prole.
O Véu da Noiva: Véu: Hijab (véu) quer dizer, em árabe, "o que separa duas coisas". O véu da noiva significa separar-se da vida de solteira para entrar em uma nova vida, a de esposa.
Misticismo e romance cercam o assunto sobre o véu. Originalmente, pensava-se que ele era usado para esconder a noiva de possíveis seqüestradores. Mais tarde, em outra versão, diziam que algo escondido tornava-se mais valioso.
O véu é um acessório feito de tecido leve, utilizado pelas mulheres, geralmente, por cima dos cabelos Existem muitos registros do uso do véu na antiguidade, vários povos tinham o costume de utilizá-lo e cada um com seu significado.
O significado bíblico e cristão do uso do véu
Segundo a bíblia, o véu significa a honra e a dignidade das mulheres (Cant 4:1),
O véu também aparece nas representações de Maria, mãe de Jesus. Na igreja católica o uso do véu era comum antes da década de 1960, mas atualmente seu uso já não mais é obrigatório, sendo utilizado em algumas cerimônias, principalmente no casamento. Costume influenciado pelo uso do véu no tempo de Cristo.
O uso do véu esteve presente na cultura oriental ,era associado a Ishtar,a Deusa do Amor .Teria sido a primeira representante feminina a usar o véu,que fazia uma ligação a fertilidade e sedução,não demorando a ser um costume usado por mulheres mortais dos povos da Babilônia e Mesopotâmia,chegando depois aos gregos.
Na Grécia Antiga, o véu era usado como parte da veste feminina da nobreza, a protegendo de males naturais como o sol,vento e insetos.Durante a cerimônia de casamento, a noiva fazia questão do uso do véu por uma questão cultural,acreditando que estaria protegida de maus espíritos, infortúnios e possíveis admiradores.
A noiva romana rica, usava o Flammeum,um véu da cabeça aos pés com o mesmo intuito de protege-la . A mitologia greco-romana liga o uso do véu à Deusa Vesta, da honestidade, protetora do lar e defensora da família.[2]
O cabelo era separado em seis madeixas (sex crines) com a ponta de uma lança, sendo estas madeixas presas com fitas de lã. A cabeça era depois coberta com um véu alaranjado, o flammeum. O simbolismo deste véu era tão grande, que o próprio ato de casar, quando se referia a uma mulher, dizia-se nubere, literalmente, "colocar o véu". Por cima deste véu colocava-se por sua vez uma coroa de manjerona e verbena (na época imperial passou-se a usar a flor de laranjeira
O azul era uma cor muito utilizada para o véu ou em algum detalhe de acessório, pois além de simbolizar a tranqüilidade, o espírito, a paz e o equilíbrio, as moças acreditavam que a cor iria cortar a inveja das moças solteiras. Diversas cores e formas de véu foram usadas, principalmente o vermelho, até chegar a tradição do branco.

Na Grécia sua cor era amarelo, que simbolizava alegria e luz.

Modelos modernos de véu de noiva

Véu catedral = Véu formal, medindo 12 centímetros a mais do comprimento da calda do vestido.
Véu ponta do dedo = O comprimento vai até a ponta do dedo da noiva.
Véu cotovelo =O comprimento vai até o cotovelo da noiva.
Véu ombro =Véu curto tem seu comprimento até os ombros.

Tecidos
Tule  = O véu normalmente é confeccionado em tule, é um tecido leve e transparente, dando movimento ao acessório. No século dezenove foram datados os primeiros véus de tule de seda.
Renda = É mais pesada que o tule, porém aparenta nobreza, principalmente quando são aplicados strass, cristais e miçangas. Antigamente não importava o tecido, com tanto que o véu da noiva fosse transparente, achava-se que ele daria defesa mágica à noiva devido a sua natureza santificada.

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