Revista Ana Maria – Amor não tem idade

Tanto nas novelas quanto na vida real, mulheres maduras driblam a solidão, encontram novos amores e vivem o melhor momento de suas vidas.
Foi-se o tempo em que as novelas só mostravam paixões da juventude. Para os atores de mais idade, os papéis eram sempre de viúvos solitários e dependentes dos filhos, vovós na cadeira de balanço tricotando para os netinhos ou asilos mostrando o descaso dos familiares. Cenas assim perderam espaço para uma realidade cada vez mais comum no dia-a-dia: a dos “coroas” que também amam.
Em Sabor da Paixão, Hermínia (Aracy Balabanian) é disputada pelos apaixonados Quintino (Ednei Giovenazzi) e Silvano (Sérgio Mamberti). Na trama que vai ao ar logo em seguida, Zoroastra (Glória Menezes) viverá um grande amor com Galileu (Luis Gustavo). Em Esperança, a viúva Mariúsa (Regina Dourado) vai fisgar o coração do também viúvo Genaro (Raul Cortez). A psicanalista Eni Lacerda, do Rio de Janeiro, acha ótimo que as novelas abordem esse tema: “Isso ajuda a desmistificar a idéia de que só os jovens são capazes de amar . Quando a pessoa madura encontra um amor, é sinal de que a vida dela está pulsando, de que ela está conectada com o mundo”, afirma Eni, para quem não existe idade para o desejo.
De olho na telinha. Quem lucra com essas histórias de amor são os telespectadores que estão na mesma faixa etária desses personagens. “Sentia-me um peixe fora d’água quando só apareciam cenas de jovens se beijando. Isso só fazia com que eu me lembrasse de que os bons tempos não voltam mais. Agora, dá gosto assistir às novelas”, afirma a aposentada carioca Janete, de 61 anos. Divorciada e com os filhos casados, ela se recusa a ficar em casa cuidando dos netos. “Gosto de visitá-los porque, além de dar um passeio, sei que eles vão continuar lá quietinhos na casa deles”, brinca a moderna vovó, que não admite de jeito nenhum que tem um namorado: “Só fazemos alguns programas juntos, como ir ao bingo, jantar fora, ir ao cinema. Meus filhos têm ciúme do Edgar, que assim como eu é livre e desimpedido”.
Revista Ana Maria

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